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GT13 – Fora do Eixo: Ciência, Natureza e História

Resumo: Historicamente, pensamos e explicamos a ciência e seu desenvolvimento com um saber que é criado e desenvolvido, aos poucos, nos centros políticos, econômicos e sociais, onde há grande adensamentos populacionais e, posteriormente, esse saber passa a ser divulgado e espalhando para os mais remotos lugares do globo terrestre, sendo usualmente pensada e explicada pelo binômio “centro e periferia”, onde o dito centro “tudo sabe e tudo faz” e a periferia apenas recebe, de forma inerte os conhecimentos científicos prontos. Ao pensar no Brasil, em especial na Amazônia que foi desde século XVI e ainda é no século XXI território de interesse cientifico, e insere-se também nessa dualidade “centro e periferia”. Problematizar a ciência, suas práticas científicas e o entendimento usual da dita periferia como um espaço de recepção inerte de saberes já prontos, dentro e fora do Brasil, é o objetivo do presente simpósio. Nesse sentido, o simpósio objetiva reunir trabalhos originais e contribuições teórico metodológicas, concluídos ou ainda em execução, concernentes ao estudo das relações entre “Ciência, Natureza e História. Assim, iremos congregar pesquisadoras e pesquisadores que desejam debater trabalhos que versem sobre: circulação de ideias e impressos (estudos científicos, livros, periódicos ….), práticas de leitura e de divulgação, as redes de interlocução e sociabilidade, os espaços de formação e os modos de atuação de diversos grupos profissionais segundo marcadores de gênero, classe e raça que interagiram nos debates sobre a produção do conhecimento científico, as formas distintas de apreensão da natureza, os processos de modernização, tecnologia – antiquários, arquitetos, biólogos, colecionadores, educadores, engenheiros, escritores, filósofos, físicos, geólogos, geógrafos, historiadores, matemáticos, médicos, museus, museólogos, naturalistas, paleontólogos, sanitaristas, urbanistas… Além de englobar, estudos que versem sobre a história ambiental, e portanto, o papel do mundo natural nas narrativas históricas, instituições científicas formais e informais, que enfoquem carreiras, trajetórias e biografias de homens e mulheres de ciência, relatos de viagens e memórias científicas, imagens e representações visuais, as relações sociedade natureza e seus usos.

Coordenadores: Diana Priscila Sá Alberto (UFPA), Eduardo Henrique Barbosa de Vasconcelos (Universidade Estadual de Goiás – UEG)

18/09/2025 – Sessão 01

  • Horário: 14:00 – 16:00
  • Local: Mirante do Rio – sala 213 (2o andar)

O mercado internacional de aquarismo e as redes de fornecimento na Amazônia paraense: um estudo de caso sobre o Museu Goeldi (1930-1945) – Diego Rodrigo Guimarães Leal (UFPA)

O presente estudo situa-se na interface da História das Ciências e da História Ambiental e se propõe analisar o comércio de peixes ornamentais que ocorreu na Amazônia paraense durante a Era Vargas, com enfoque para o caso do Museu Paraense Emílio Goeldi. Durante a gestão de Carlos Estêvão de Oliveira como diretor desta instituição, várias fontes de renda foram criadas nesse período, e a venda de peixes vivos foi uma delas. Buscava-se, com isso, garantir a captação de recursos financeiros para a manutenção do horto botânico e do jardim zoológico. A criação desse tipo de fonte de renda se justificava pelo fato do orçamento da instituição ter sofrido drástica redução com o declínio da economia da borracha e a Quebra da Bolsa de Nova York. Esses recursos combinados a outras fontes de renda garantiram a sobrevivência da instituição em um contexto assinalado por forte instabilidade política e econômica. A questão ambiental despertou a atenção do Estado brasileiro no pós-1930. Foi elaborado neste período uma ampla legislação voltada para regulamentar a exploração de recursos naturais na qual estiveram presentes diversos cientistas como Alberto José Sampaio (1881-1946), Armando Magalhães Corrêa (1889-1944), Cândido de Mello Leitão (1886-1948) e Frederico Carlos Hoehne (1882-1959). Entre essas medidas, gostaria de chamar a atenção para a criação do Código de Caça e Pesca (decreto n. 23.672, a 02 de janeiro de 1934). A partir da sua criação, o Museu Goeldi foi proibido de fazer coletas e exportação de peixes ornamentais, o que gerou uma série de conflitos na burocracia estatal.


A Ciência Inesperada: Ceará – Harvard -Ceará – Eduardo Henrique Barbosa de Vasconcelos (Universidade Estadual de Goiás – UEG)

Em 1853, Joaquim Antonio Alves Ribeiro, um jovem brasileiro, nascido no Ceará, voltou ao seu país natal com um singelo documento dentro da sua bagagem, isto é, o diploma de graduação em medicina obtido após concluir a formação médica na “Medical School of Harvard”, posteriormente, identificamos que ele foi o primeiro brasileiro nato a concluir o curso de medicina nessa Universidade. Somente em outubro de 1858, ele retornou para o Ceará, onde passou a ser remunerado pela província (erário público), para clinicar as pessoas que não dispunham de condições financeiras para pagar os custos de uma consulta médica (popularmente esse cargo ganhou a alcunha de “médico da pobreza”). Ficou desenvolvendo suas atividades médicas nesse cargo até março de 1861, quando foi, finalmente, criada a Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza e ele foi o primeiro médico dessa instituição. Com um local apropriado, com um horário fixo de trabalho e de descanso, Joaquim Antonio Alves Ribeiro passou a ter tempo para se dedicar a outras atividades, como a história natural. Ainda em Fortaleza, ele criou e editou o periódico médico-científico, o jornal A Lancêta, o primeiro periódico médico-cientifico na Província e um dos primeiros do Brasil, Mesmo com a extensa lista de realizações o Dr. Alves Ribeiro e suas atividades científicas continuam sendo praticamente desconhecidas dentro e fora do Ceará. Uma eventual compreensão desse silêncio perpassa a forma que historiadoras e historiadores explicam a Historia da Ciência no Brasil.


Ideias em trânsito: ciência e cooperação intelectual na Liga das Nações (1919-1939) – Gabriel Souza Cerqueira (Fundação CECIERJ)

Este trabalho analisa a participação brasileira nas redes transnacionais de circulação do conhecimento organizadas em torno da Liga das Nações (1919-1939). Pretende-se trazer observações sobre a relevância metodológica de abordagens transnacionais como forma de problematizar as noções tradicionais de centro e periferia na história da ciência. Essa abordagem permite investigar como intelectuais e médicos brasileiros atuaram como agentes ativos na recepção, adaptação e reformulação de saberes médicos e higienistas, tensionando modelos eurocêntricos com demandas nacionais, rediscutindo o lugar das ideias. Através da análise de arquivos históricos da Liga das Nações, o estudo defende a oportuna conjugação da noção de apropriação, nos termos dados por Roger Chartier, com o enfoque nas transferências transacionais de conhecimento. Leva-se em consideração, sobretudo, a diplomacia científica desses intelectuais brasileiros na Organização de Saúde da Liga das Nações, por um lado, e no Escritório Internacional de Cooperação Intelectual, por outro. O trabalho busca, assim, demonstrar que a circulação transnacional de ideias não seguiu um fluxo unidirecional centro-periferia, mas foi marcada por negociações e reinvenções locais. Este caso, finalmente, oferece ferramentas teórico-metodológicas para repensar a geopolítica do conhecimento, destacando o papel ativo das chamadas periferias na reconfiguração dos saberes científicos, desnaturalizando hierarquias epistemológicas, mostrando como a história transnacional pode revelar dinâmicas complexas de produção e circulação do conhecimento.


História das ciências e gênero: a participação de Emília Snethlage no Parque Zoobotânico do Museu Paraense (1907-1914) – Diana Priscila Sá Alberto (UFPA)

A ciência na Amazônia do início do século XX possuiu personagens admiráveis, entre homens e mulheres que aqui chegaram para trabalhar em uma das instituições mais importantes do norte do Brasil, o Museu Paraense Emílio Goeldi. Entre esses personagens figurou a cientista Emília Snethlage (1868-1929), que foi a primeira mulher a ser contratada no serviço público federal no Museu Paraense. Dra. Emília foi uma das responsáveis pelo Parque Zoobotânico, além de ser auxiliar do setor zoologia. A partir desse preambulo, questiona-se como foi a participação dela nesse espaço específico no Museu Paraense? Com base nessa questão o objetivo desse trabalho é apresentar, por meio de documentos, como Emília lidava com ações desenvolvidas dentro do parque. Os processos metodológicos foram pesquisa bibliográfica sobre história das ciências, e análise de fontes, como relatórios, fotos de período em que ela era uma das responsáveis por esse espaço. Alguns resultados iniciais apontam que os cuidados de Emília Snethlage foram importantes aos cuidados dos animais, e de manutenção. As fontes revelam que Snethlage tinha uma grande preocupação em manter o espaço. Além de marcar que uma mulher estava a frente de diferentes ações no Museu Goeldi ainda no começo do século XX, onde muitas mulheres eram invisibilizadas.

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